Lapis Re:LiGHTs é o mais novo anime original da temporada de verão de 2020 e veio com o ”intuito” de atingir um público muito específico (será?), e para isso conta com uma combinação de gêneros no mínimo ousada, garota mágica e musical/idols.
Mas, será que diretor Hiroyuki Hata, o escritor Hajime Asano, e todos os integrantes da staff desse anime estão sabendo executar bem essa ideia na prática?
- Gênero: Musical
- Estúdio: Yokohama Animation Lab
- Material: Original
- Episódios: 12
- Novos episódios: Quarta-feira
- Página do anime (na Cúpula) (no MAL)
Sinopse
Lapis Re: LiGHTs segue um grupo de estudantes enquanto elas treinam para se tornarem idols. Juntos, elas usarão a magia da música e a magia de… bem, magia… literal em suas performances.
Talvez eu não seja a pessoa mais adequada para falar sobre um anime que o tema seja garota mágica ou musical, pois eu possuo uma experiência mínima com ambos os gêneros.
Mas, uma coisa eu garanto que tenho experiência, que é em assistir animes!
Desde que me conheço por gente eu assisto a animes, e não apenas isso, porque assisto também, apesar de ser uma arte diferente, muitos filmes. Então eu acredito que eu tenha no mínimo a base do conhecimento da famosa NARRATIVA (não que eu seja um expert).
Lapis Re:LiGHTs e o que essa história quer contar
Lapis Re:LiGHTs conta sua história do ponto de vista da Tiara, Tia-chan, para os chegados. Uma menina que aparentemente é uma princesa, mas que não gosta de viver a custa de seu título.
Temos um ponto de partida… e é isso!
Em três episódios eu não consegui definir se Lapis Re:LiGHTs é uma história sobre amizade, fantasia/magia, música, castas ou sei lá mais o que.
É tudo muito superficial, sem graça e sem direção, fazendo com que nós espectadores não tenhamos minimamente vontade de ver mais sobre (ao menos eu).
Vamos tratar de cada tema por partes para ficar mais claro.
A magia
Inegavelmente o conceito inicial de magia desse universo me chamou a atenção. Para as meninas conseguirem usar seus feitiços elas precisam assobiar. Isso é algo que eu realmente ainda não tinha visto em nenhum outro lugar, e me surpreendeu positivamente.
Porém, os elogios acabam ai. Da onde vêm esses poderes? Quem pode usar eles, para o que eles servem? Eles precisam treinar nessa escola para serem guerreiras de um exército e combater o Rei Demônio? Qual o objetivo da escola?
Todos esses questionamentos e ainda outros, não possuem o mínimo indício de uma resposta, mesmo em três episódios.
Em relação ainda as magias, não fica claro se elas precisam treinar todos os tipos de magia, se há classes diferentes ou sei lá mais o que.
É tudo muito largado. E isso o anime deixa livre, pois ao chegar na escola, a Tia-chan pode escolher que atividades ela quer fazer sem o mínimo de critérios.
Não é explicado as regras para embasar essas magias, do nada surge uma aluna que usa um livro para invocar feitiços, sendo que até então era só na base do assobio… e por que usar o livro então?
Enfim… fraco!
A amizade
O nucleo princial de Lapis Re: LiGHTs é composto de cinco companheiras: Rosetta, Tiara, Ashley, Lavie e Lynette.
Todas sa cinco personagens são completamente génericas e baseada em arquétipos simples. Nenhuma até agora possui um background ou algo que possa nos dar uma ”emoção” para nos afeiçoarmos a elas.
Quando o personagem é bem escrito e bem estruturado, todos podem ser Kiritos em design, mas ainda vamos saber identificar quem é quem por conta de sua personalidade. Mas isso não ocorre aqui.
Todavia, não consegui absorver conteúdo o suficiente para falar um pouco sobre cada uma.
Mas, de novo, não existiu nenhuma ação ou algo que faça com que acreditamos que elas sejam realmente amigas.
Apesar da história tentar forçar que acreditemos nisso com uma ”caça ao pato” entre amigos, não consegui ser convencido disso. A relação de amizade das cinco amigas é bem básica e não convence.
O grande musical de Lapis Re:LiGHTs
Lapis Re: LiGHTs consegue me decepcionar em tudo!
O anime se vende como um musical, mas que de musical não tem nada. Em três episódios só tivemos dois trechos muito curtos de cenas musicais de fato.
E a principal música acontece em um momento tão ”tanto faz” que acaba não empolgando, mesmo sendo muito bem animada.
Tipo, estou até agora sem entender: Elas usam a mana das pessoas para fazer uma ”orquestra” musical (?).
Se alguém souber me explicar a lógica disso nos comentários, vou ser muito grato.
Castas e o ”sei lá mais o que”
Todo anime de fantasia/magia tem que ter obrigatoriamente um lance de hierarquia e um sistema de castas, algo que diferencia a nobreza da plebe.
Além disso, algo que todo mundo gosta de ver em um gênero fantasia é a criação de mundo. Reinos, criaturas mágicas, raças diferentes, guerras etc.
Porém em Lapis Re:LiGHTs temos isso, mas não temos. Simplesmente sabemos que algo assim existe (?) mas que não faz importância para a história que está sendo contada (ainda, pelo menos).
Do meu ponto de vista: usar isso como um recurso narrativo é meio sem sentido. Não é preciso abraçar o mundo inteiro para se contar uma boa história, com já vimos em de nosso artigos.
Você atirar para todo lado e o foco ser MÚSICA, não me parece algo fácil de fazer, por isso, acaba tão pouco coerente.
O lado positivo de Lapis Re:LiGHTs
Se tem algo que não decepcionou nesse anime é sua animação. Na verdade, acho que isso vem se tornando um padrão das animações originais nos últimos anos.
Lapis Re:LiGHTs é cheio de cenas belíssimas, como um canteiro de rosas bem detalhado, um vendedor preparando um lanche com legumes e vegetais quase realistas, backgrounds detalhados e um CGI pontual.
As magias são realmente bonitas e bem animadas, mas que ao meu ver parece apenas um adendo ao anime para mostrar que o estúdio sabe fazer uma boa animação.
Finalizando a RD3 de Lapis Re:LiGHTs
Acredito que Lapis Re:LiGHTs é um anime de nicho muito específico, e que dificilmente vai agradar alguém 100%.
Sua falta de direção e a construção rasa de tudo que está sendo contado torna tudo muito vazio e sem graça.
Porém, isso é uma visão de apenas os três primeiros episódios. Talvez a história entre nos eixos e nos apresente um objetivo bem definido nos próximos episódios.
Mas, se em três episódios nada foi estabelecido, acredito que o diretor vai se enrolar para contar tudo nos próximos nove. Isso se acontecer.
Eu não irei acompanhar o desfecho dessa história. Então, para aqueles que futuramente chegaram aqui e que assistiram todos os episódios, deixa aí nos comentários sua opinião final sobre esse anime.
Na dúvida do que assistir nessa temporada? Dá um pulo no nosso eletrizante GUIA DA TEMPORADA!
GUIA DA TEMPORADA